Parece coisa de filme
- Maiara Maltez
- 1 de out. de 2018
- 2 min de leitura

A vida é uma caixinha de surpresas. Já me peguei pensando muito nessa frase em situações boas e ruins. Não que minha vida seja ruim, mas não tenho muita sorte. E não digo falta de sorte apenas com os dados no War - um jogo de cartas ou apostas - é em tudo e isso inclui o amor. Alguns acontecimentos na vida parecem coisa de filme e eu gostaria que o relato a seguir fosse, mas não é.
Eu era adolescente e apaixonada, aquela paixonite totalmente platônica. Lembro que pelo menos estava satisfeita de ser amiga dele. Por mais que meu coração disparasse a cada sorriso que ele desse, eu pensava: “Podia ser pior, ele poderia nem saber que eu existo”. Ele fazia parte do meu ‘grupinho’ de amigos. Éramos quatro e eu a única menina. Os outros dois sabiam da minha paixonite.
Parecia um dia normal. Já era noite. Deveriam ser quase 20 horas quando escutei a campainha de casa tocar. Não esperava visitas. Já estava colocando pijama, quando meu pai disse que era para mim. Quando cheguei no portão, vi meu grupinho do lado de fora. Os três estavam lá. Morrendo de curiosidade, perguntei do que se tratava que não podia esperar o dia seguinte.
Enquanto os meus dois amigos se afastavam, ele se aproximou. Meu coração começou a disparar. Era verão, mas eu comecei a sentir frio que até tremia. Ele parou bem próximo. Tive que me encostar no carro porque minhas pernas já estavam bambas. Então ele disse: “Preciso te contar uma coisa”. Comecei a imaginar o que poderia ser. Pensei em coisas ruins como “talvez ele tenha que se mudar para longe” e coisas péssimas como “será que ele está doente?”. Percebi que ele estava relutante em dizer, mas com uma respiração ele tomou coragem e falou: “Eu gosto da sua irmã”. Meu primeiro pensamento foi perguntar: “Tem certeza que a notícia não é que você vai morrer?”.
Eu não sabia o que dizer. As palavras saíram forçadas e, quando nos despedimos, fui dormir sem conseguir olhar para a minha irmã naquela noite. O tempo passou e continuei amiga dele até o dia em que ele me disse que não gostava mais da minha irmã, que havia confundido os sentimentos e era apenas amizade.
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