Economia macaense sofre com greve dos caminhoneiros
- Ian Neves
- 21 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
No dia 21 de maio, se iniciou a paralisação dos caminhoneiros devido aos reajustes frequentes do preço dos combustíveis e à sua imprevisibilidade. Com isso, vieram consequências como a falta do próprio combustível nos postos, o impacto nas exportações, suspensão de aulas e também a falta de produtos em mercados, principalmente os hortifrutigranjeiros.

Vandirene Ebani, 47, é gerente e administradora do Sacolão Rainha, localizado no centro de Macaé. A gerente afirma que foram afetados nas vendas, nas compras e no setor financeiro. “Ficamos sem produtos para atender nossos clientes, não conseguimos acessar o mercado onde fazemos as compras e como consequência trabalhamos uma semana praticamente funcionando somente meio período do dia”, explica.
“Mesmo com os preços um pouco elevados, os clientes ficaram ansiosos e aumentaram o volume de compras. Tivemos também nova clientela, porque conseguimos manter o Sacolão aberto durante a greve, mesmo que parcialmente. E ainda nos elogiaram por ter produtos para vender”, conta a gerente.
A economista e mestre em Administração Estratégica Júlia Franco, atualmente professora da Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora de Macaé, conta que o setor alimentício não foi o único afetado. “Com a greve instaurada, muitos setores da economia foram prejudicados. O transporte público também foi impactado pela falta de combustíveis. Diversas empresas tiveram dificuldades para manter a frota em circulação, e consequentemente, a população mais uma vez foi penalizada”, afirma a professora.
“Produtos perecíveis como frutas, legumes e verduras foram os que se esgotaram mais rapidamente dos mercados e isso elevou o preço dos produtos: a batata, que antes o saco era vendido por R$ 70, chegou a custar R$ 200. Os produtores também lograram perdas: as exportações da pecuárias não foram realizadas, gerando um prejuízo de mais de R$ 200 milhões”, explica a economista.

Quando perguntada sobre seu ponto de vista como consumidora, Júlia disse que a greve evidenciou nossa fragilidade. “Um país de riqueza abundante, solo fértil, clima favorável, e dependente de um meio de transporte: o rodoviário. O país praticamente parou: hospitais suspenderam atendimentos e procedimentos, escolas sem aulas, a correria para comprar alimentos, provocando o desequilíbrio entre a oferta e demanda… É necessário repensar em outros modais para transporte de pessoas e cargas com baixos custos. A sociedade não pode ser prejudicada”, conclui.
Comments