Rap em Macaé: talentos que não param de surgir
- Ian Neves
- 26 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
O rap surgiu na década de 1990 entre as comunidades negras dos Estados Unidos, e é um pilar fundamental da cultura hip hop. A partir de sua comercialização, cresceu e hoje é um dos estilos musicais mais populares do mundo. Em Macaé, a quantidade de artistas que estão emergindo no rap é cada vez maior, tendo em vista os movimentos artísticos, políticos e sociais que tem proporcionado.

Foto: Correria Mídia
Fernando Soares Ramos, ou Fernando Kep, tem 21 anos e atualmente é artista solo. Há 8 anos se envolve com a cultura hip hop, e há 6 anos com o rap. “Eu despertei interesse quando vi os grafites na cidade. Ver as artes na rua e ter acesso me fez ver a força que o hip hop tinha, problematizando questões sociais e revolucionando com o movimento”, afirma Kep.

Fonte: João Mãos Negras
“Ter novos artistas é muito importante. Quanto mais gente no rap, mais pessoas problematizando questões sociais que antes não eram nem comentadas, mais troca de informações. Apesar das controvérsias (como a banalização que acontece às vezes), a essência do rap é transformar a sociedade, defender a minoria e respeitar, sempre”, argumenta o artista.
Rafael Tobias (19) trabalha em parceria com o irmão mais velho. “Eu cresci na música. Meu pai tinha uns trezentos discos e meu irmão ficava ouvindo rap internacional, o que me fazia estar em contato. Quando eu tinha 8 anos, ele começou a escrever e eu fui pelo mesmo caminho. Continuo escrevendo até hoje”, explica

Foto: Reprodução
“Muito bom ver as pessoas abraçando a cultura hip hop, tanto na música quanto nos outros pilares, e é cada vez mais visível a vontade de protestar. A gente faz movimento cultural em uma cidade que não tem esses eventos, e é isso que faz com que as pessoas se inspirem”, acrescenta Tobias.
Rap da ponte
O Rap da Ponte começou como uma roda cultural, feita pelo Coletivo Culturap, de Macaé, na praça do Visconde. Depois, se tornou itinerante por causa de repressões. Hoje, está no Parque da Cidade.

Foto: Correria Mídia
“A gente leva o hip hop para quem não tem acesso. A gente fomenta a cultura, que tem como ponto positivo o reconhecimento por querer transformar. Quando começou a ter roda de rap, as pessoas começaram a interagir, trocar informações e falar sobre questões sociais”, afirma Kep, que faz parte da organização do Rap da Ponte.
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