Vidas negras importam!
- Alex Maia
- 19 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

Acordo, tomo rapidamente um banho, me arrumo e como uma fruta às pressas para sair com destino ao trabalho. Enquanto isso, uma vida é interrompida. Enquanto você almoça e escova os dentes, mais outra se acaba, desestruturando família e amigos. Ao acabar de lavar uma pia de louças do almoço de domingo, também teremos um ser humano vivo a menos. É assustador, eu sei. Todos nós sabemos ou ao menos deveríamos ter em mente o quão dolorosa é a morte de um jovem negro brasileiro a cada 23 minutos. Isso mesmo. 23 minutos.
De acordo com o site da Anistia Internacional, o Brasil é o país campeão de assassinatos no mundo: em números absolutos, mais de 58 mil pessoas morrem assassinadas por ano, sendo a maioria jovens negros entre 15 e 29 anos.
A sociedade antes de tudo, deve ter consciência de que é preciso, sim, se importar com essas vidas e, principalmente, lutar por elas.
Sem dúvidas, os dados advindos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o assunto são pavorosos. Segundo o site do jornal O Globo, “o risco maior é para os jovens nordestinos”. Mas não importa de onde são, suas origens ou classes sociais, poderiam ser do sudeste ou de qualquer outro canto do país. São vidas. Todas valem.
Por um lado, o país conseguiu diminuir a mortalidade infantil, mas, por outro, os jovens vêm sendo executados de forma alarmante. Ou seja, o Brasil precisa dar vez e valorizar a juventude. Fase dos sonhos, mas também do amadurecimento. É nela que as visões de mundo começam a mudar. As opiniões sobre tudo ganham mais brilho, mais modernidade.
Não deixem morrer o Paulo, Sérgio ou o Wagner. A Ana e a Mariana? Sonhavam em ser médicas, salvar vidas. Já a Laura, professora. Ela queria ensinar. Precisamos reagir juntos contra o genocídio. Juntos, por um Brasil mais cheio de negritude, pois vidas negras importam.
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