Macaense de 13 anos supera doença rara e destaca-se no bicicross
- Maiara Maltez
- 18 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

Sillas Andrade Alves da Silva, 13 anos, começou a praticar o bicicross em 2015, quando tinha apenas 10. Com um mês de treino, teve sua primeira corrida, na cidade de Manhuaçu. Conhecido também como BMX (Bicycle MotoCross), o esporte consiste em uma corrida com bicicletas especiais, em uma pista de terra. O objetivo é passar por todos os obstáculos da pista em velocidade.
Quando participava de uma competição em Betim (MG), um baque: Silas reclamou de visão embaçada, que logo depois escureceu. Exames indicaram um descolamento de retina causado por um tumor, proveniente de uma enfermidade chamada “Doença de Coats”. Trata-se de uma doença progressiva rara, não hereditária que acomete principalmente homens (85% dos casos) e pode ser classificada em cinco estágios, sendo o último a perda total da visão.
Apesar da realização de um procedimento cirúrgico, Sillas perdeu a visão esquerda, mas não a vontade de competir. Voltou às corridas em 2017, mas quando tudo estava pronto para ir ao campeonato mundial, uma consulta de rotina detectou um outro tumor. Mesmo tendo que fazer uma nova cirurgia, o menino conseguiu participar de 16 corridas no ano passado e conseguiu 15 pódios. Em 2018 já foram cinco corridas e cinco pódios. “Eu me sinto muito feliz, porque eu sei que posso. Sei que sou bom e estou melhorando a cada corrida”, conta Sillas. Jane Andrade, sua mãe, diz que “não há nenhuma corrida que a gente não coloque nas mãos do Senhor”. A situação hoje está estabilizada, mas ainda requer cuidados e monitoramento, que acontece de dois em dois meses.
Para Sillas a competição mais difícil foi a da Bolívia, que aconteceu nos dias 10 e 11 de março deste ano. “Pelo ar ser rarefeito, não teve um atleta brasileiro que não precisou ser atendido, e Silas tem um quadro de asma, então isso provocou um cansaço ainda maior”, relata Jane.
Neste ano, Sillas espera participar de mais quatro competições internacionais: o Mundial, em Baku, no Azerbaijão, e o campeonato latino-americano, que vai ser realizado na Argentina, na Colômbia e no Chile. “Financeiramente falando não temos condições, só conseguimos ir para Bolívia porque fomos muito agraciados por microempresários com corações grandiosos”, afirma Jane, que fez até trabalhos de faxineira para levar seu filho às competições. “Eu sempre digo que ele pode, ele pode tudo Naquele que o fortalece e quem o fortalece é o Senhor Jesus. Porque o corpo só alcança aquilo que a mente acredita”, conclui a mãe.
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