Confúcio estava certo!
- Bianca Fratus
- 18 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

"Um homem é um sucesso se ele acorda pela manhã, vai para a cama à noite e, nesse ínterim, fez o que quis fazer”, disse Bob Dylan cantor, compositor, pintor, ator e escritor norte-americano. Segundo uma pesquisa da Isma Brasil (International Stress Management Association), realizada em três capitais brasileiras em 2015, 72% das pessoas estão insatisfeitas com o próprio trabalho. Logo, quase ¾ dos trabalhadores brasileiros não faz o que quer fazer. Com a insatisfação, vêm os erros, a falta de produtividade e o stress. Parece utopia falar que é possível se sustentar fazendo o que ama, mas não é. As carreiras de maior sucesso são aquelas de pessoas que têm prazer no trabalho.
Eu já fiz parte da grande parcela de pessoas que têm medo de arriscar quando se fala em profissão. Comecei a dançar aos cinco anos de idade e nunca mais parei. Já pensei em fazer faculdade de dança, desisti. Faltou coragem e maturidade para tomar essa decisão e então ingressei no jornalismo. Não me arrependo, descobri também a paixão por contar estórias e por levar informação para as pessoas. Para tentar me descobrir, ingressei em estágios que me permitissem explorar todas as oportunidades que a profissão poderia me dar.
Fui da assessoria de imprensa às redações de emissoras de televisão, mas ainda que eu tivesse desenvolvido esse afeto pelo jornalismo, faltava algo. Até que no início do ano me deixei levar, fiz o curso e me tornei instrutora de FitDance.
Comecei substituindo alguns instrutores em algumas academias até que no dia 03/04 dei minha primeira aula, na minha primeira turma, só minha. Minha playlist, meus alunos, minha realização pessoal. Isso não tem preço. A aula foi à noite e, durante todo o dia, minhas mãos suavam e na minha cabeça só passava o que eu poderia fazer para que os alunos gostassem de mim.
Com o início da aula, as pernas trêmulas de nervosismo deram lugar aos contratempos. O suor, antes frio de ansiedade, foi substituído pelos pingos de calor do momento. A sensação era de que eu já fazia aquilo há anos. Cada sorriso de cada aluno durante as coreografias causava em mim um sentimento que não sei explicar, mas era pura alegria.
Agora consigo entender a famosa frase do filósofo chinês Confúcio: “escolha um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nenhum dia da tua vida”. É prazeroso ter a sensação de não estar fazendo algo apenas por obrigação.

Tudo bem, alegria e satisfação não pagam os temidos boletos, alguns podem dizer. Ou não. Se eu me dedicar e buscar ser a melhor professora de dança que puder chegarei ao sucesso, como disse Dylan. Talvez possa ter mais sucesso que um médico, advogado ou engenheiro frustrados. E não é apenas uma questão monetária. É comprovado psicologicamente que trabalhar com o que sentimos prazer faz com que nos sintamos mais produtivos, diminui a probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade e aumenta a chance de conquistarmos crescimento pessoal.
E o jornalismo? Continua aqui vivo dentro de mim. Sou feita de sonhos e eles não são pequenos. Repórter da editoria de esportes e professora de dança. Dois caminhos diferentes, duas oportunidades de crescer profissionalmente e duas oportunidades de ser feliz.
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