Desastres na Região Serrana de Macaé preocupam população

No mês de março, Macaé sofreu novamente com as fortes chuvas. E com a Região Serrana não foi diferente. Percorrendo as estradas que levam a Glicério no dia 10/03, a reportagem constatou que havia muita terra, pedaços de árvores e galhos caídos. A ponte que liga o Córrego do Ouro a Trapiche operava em sistema "Pare e Siga". A situação era tão complicada, que a nossa equipe testemunhou muitas pessoas fazendo essa ultrapassagem a pé, de um lado ao outro da ponte para continuarem seus trajetos em outras conduções. Ônibus foram proibidos de circular até que tudo voltasse ao normal. A liberação só foi possível após a instalação de uma rampa de passagem na cabeceira da ponte.

Segundo informações da Defesa Civil publicadas no portal da Prefeitura, os rios transbordaram nos distritos do Frade, Sana e Boa Alegria. "Aquela represa está rasa hoje em dia, formou um rio com barragem. Quando chove muito passa por cima, mas em relação ao que foi falado que estava arrebentando, não é verídico, só que precisa ser dragada, porque a areia está lá em cima. Deve ter mais ou menos um metro e meio de profundidade", explica Edson Venâncio Santoro, morador e trabalhador de um dos principais restaurantes da região.

Com relação à manutenção das pontes, o Vereador Maxweel Vaz (Solidariedade) explica: "é outra pauta que a gente tem debatido na Câmara através da Frente Parlamentar Macaé Melhor, inclusive, eu fiz para esse ano emendas orçamentárias para revisão das pontes de uma forma geral, não só as pontes da Região Serrana, como, as pontes de Macaé. Eu espero que o governo tenha a responsabilidade de executar o orçamento que a gente fez a emenda aqui direcionada para a revisão das pontes. Então a responsabilidade de ponte caída, falta de manutenção, é totalmente do Chefe do Executivo, porque o orçamento foi previsto para essa finalidade".

Segundo informações obtidas no portal da prefeitura, ainda no mês de março foi colocada massa asfáltica nos dois sentidos da rampa de passagem na cabeceira da ponte sobre o rio São Pedro. Além disso, foi

feita a instalação de uma base metálica medindo 12 metros de comprimento por 5,80 de largura na cabeceira da ponte do Trapiche, como é conhecida. A base instalada tem capacidade para suportar até 40 toneladas, garantindo a passagem de carros, ônibus e carretas, até que o reparo definitivo seja feito.

O risco de deslizamentos de encostas também vem preocupando a população. “Tem muito morador aí que faz casa em local irregular. Eu acho que a Prefeitura tinha que fiscalizar. Tem um amigo meu que perdeu uma casa essa semana [em março], devido, a uma barreira que correu, infelizmente. Ele conseguiu sair na hora”, relata Santoro.

Questionado sobre a sensação de abandono manifestada pela população, o vereador Márcio Bittencourt (PMDB) afirma que “estão sendo feitas licitações pela Prefeitura”. “Inclusive eu apresentei várias emendas ao orçamento para assegurar que essas pontes sejam feitas, sejam corrigidas. Agora, nós estamos vivendo um período de crise do nosso Estado, no nosso País e na nossa cidade, de falta de dinheiro e um monte de coisa. É lógico que a gente tem que melhorar e muito. Agora, esse é um projeto do Executivo, o Legislativo cabe ele cobrar providência, mas, o Executivo, ele sabe o que tem de dinheiro para poder investir ou não”, argumenta o vereador.