Palestras sobre equidade de gênero marcam Dia da Mulher em Macaé
- Alex Maia
- 28 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
No último dia 8 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura Municipal de Macaé realizou diversas palestras, com o objetivo de promover debates sobre a equidade de gênero. Na FAFIMA (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), a professora Ivânia Ribeiro falou sobre a violência contra a mulher e apresentou um breve histórico das lutas feministas.

A professora Ivânia Ribeiro em palestra na FAFIMA. Foto: Alex Maia
Ribeiro afirmou que “sair da condição de bela, recatada e do lar, é uma conquista progressiva” e que “sem dúvidas, houve avanços porque as profissões femininas eram de professora, parteira e costureira. Aos poucos, outras áreas foram surgindo e profissões sendo conquistadas”.
Segundo a pesquisadora, “a primeira mulher a advogar no Brasil foi a macaense Myrtes Gomes de Campos, no início do século XX, após muitas batalhas junto ao Instituto dos Advogados do Brasil, que se negava a fornecer-lhe a carteirinha com o registro. Sua grande luta foi pelo direito ao voto feminino, pois a mulher só podia votar com a permissão do marido. Só na década de 1930, com a reivindicação da Federação Brasileira para o Progresso Feminino é que o voto das mulheres ficou garantido”.
Para Luiza Rocha, jovem estudante que participou da palestra, “as mulheres estão se unindo e sendo encorajadas cada vez mais, mas ainda é preciso avançar em muitos campos, principalmente no político”.
História
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas em 1975. Mas, segundo artigo da socióloga Eva Alterman Blay, da USP, a ideia de um dia dedicado às lutas feministas é bem mais antiga. Na Europa e nos Estados Unidos, as mobilizações de mulheres por melhores condições de vida e trabalho remontam ao fim do século XIX e início do século XX.
“No último domingo de fevereiro de 1908, mulheres socialistas dos Estados Unidos fizeram uma manifestação a que chamaram Dia da Mulher, reivindicando o direito ao voto e melhores condições de trabalho. No ano seguinte, em Manhatan, o Dia da Mulher reuniu 2 mil pessoas”, afirma Blay no artigo.
Em 1910, prossegue a pesquisadora, a alemã Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, durante II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague (Dinamarca), ainda sem definir uma data precisa. Outro fato marcante do período foi um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), em Nova York, no dia 25 de março de 1911, no qual morreram 146 pessoas, das quais 125 eram mulheres que trabalhavam em condições desumanas.
Segundo Blay, embora essa tragédia costume ser associada ao Dia Internacional da Mulher, o fato histórico que definiu, de fato, o dia 8 de março como data oficial foi uma manifestação realizada em 1917 por mulheres russas, que protestavam contra a fome e a exploração.
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