O que a Copa do Mundo significa para você?
- Gláucio Azefe
- 14 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Se essa pergunta fosse feita a pessoas diferentes, de nacionalidades diferentes, provavelmente diriam que ela significa confraternização entre povos e a festa máxima do futebol. Mas para o brasileiro a Copa significa mais que isso. Para nós é onde nascem os mitos e onde morrem os heróis.

No último mês de março vimos o nosso grande herói, nossa maior esperança para essa Copa que se aproxima, Neymar, cair, sozinho, e torcer o pé. O que para muitos não pareceu nada, para nós, brasileiros, veio em forma de onda, como antes acontecera com grandes heróis da amarelinha. Mais uma vez acontecia e estava ali, diante dos nossos olhos, a expressão de dor estampada no rosto do nosso camisa 10.
Na hora eu pensei: “Já era, mais uma vez o sonho do hexa ficou pelo caminho”. Mas então me lembrei de 2002, quando eu, com sete anos, vi Ronaldo Fenômeno de chinelos na concentração da seleção, poucos dias antes da estreia na Copa da Coréia e do Japão. E vi o mesmo Ronaldo, semanas depois, fazer dois gols no então melhor goleiro do mundo, na final do mundial, em Yokohama. E depois vi Cafu levantando a taça de campeões logo após de dizer “Regina, eu te amo”, essa que, para mim, foi a maior declaração de amor já feita na história da humanidade.
Somente nós, brasileiros, temos a capacidade de ver nossos heróis caírem e, no segundo seguinte, ajudá-los a se levantarem, afinal, só nós estivemos em todas as copas, só nós temos cinco estrelas no peito, só nós temos o Deus, o Rei, o Príncipe e o Imperador do futebol, só nós somos capazes de produzir tantos craques.
Se gostamos de história - e como gostamos - retrospecto e superstição, serve para nós a notícia de que Neymar foi operado pelo mesmo médico que operou Ronaldo e está sendo acompanhado pela mesma equipe médica que acompanhou o fenômeno em 2002. Os resultados vamos demorar a ver, afinal, o menino da vila voltará aos gramados já no mês da copa. Contudo, gostaria de deixar aqui uma pergunta, sem querer soar otimista: quem será o próximo a dar cambalhotas na rampa do Planalto?
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